A ideia de um mundo multipolar, onde o número de polos e civilizações é o mesmo, oferecerá para a humanidade uma grande gama de alternativas culturais, filosóficas, sociais e espirituais.
Teremos um modelo com a presença de um "universalismo regional" em um "grande espaço" particular que dará a um grande número e segmentos significativos da humanidade as dinâmicas sociais necessárias (isso é típico para a globalização e abertura), mas desprovido dos defeitos que o globalismo trouxe em escala planetária.
Porém, o regionalismo também pode se desenvolver nesta situação assim como em comunidades locais, étnicas e religiosas, desde que a pressão unificadora inerente aos Estados-nação se enfraqueça significativamente (vemos na UE, onde a integração contribuiu substancialmente para o desenvolvimento das comunidades locais e das assim chamadas euroregiões).
Além de tudo isso, podemos finalmente resolver a contradição fundamental entre exclusivismo e inclusivismo da identidade "imperial": o planeta não aparece como uma única "ecúmene" (com a unidade deste "racismo cultural" na distribuição de títulos de "nações civilizadas", e pelo contrário, "bárbaras" e "selvagens"), mas como vários "ecúmenes", vários "universos", que vivem segundo seu próprio passo, no seu contexto, com seu tempo, sua consciência e seu inconsciente durante várias gerações. É impossível dizer agora que relações existirão entre elas. Talvez tanto o diálogo como o confronto terão lugar. Mas uma coisa tem grande importância: a história vai continuar e removeremos o impasse histórico fundamental, onde fomos trazidos pela crença cega no progresso, na racionalidade e no desenvolvimento progressivo da humanidade.
Com o tempo algo está mudando no homem, mas algo é eterno e imutável. A Civilização pode seriamente diluir tudo em seu lugar.
A razão e seus sistemas filosóficos, político, social e econômico se desenvolverão de acordo com suas leis, e o inconsciente coletivo será capaz de manter seus arquétipos e sua base intocável.
E em toda civilização, racionalidade e inconsciente são livres para afirmar seus próprios padrões, mantê-los fiéis, fortalecê-los ou modificá-los.
Não existirá padrão universal – nem material nem espiritual. Cada civilização finalmente proclamará que ela própria é uma medida das coisas. Em alguns lugares a medida será o homem, em outros – religião, em outros – ética, em outros – a matéria.
Mas para realizar este projeto temos que enfrentar muitas brigas. Antes de tudo, é necessário enfrentar o principal inimigo – Globalismo e o desejo do polo Ocidental Atlantista de mais uma vez impor a todos os povos e culturas do mundo sua hegemonia.
Apesar das observações profundas e verdadeiras dos melhores intelectuais, muitos do establishment político nos Estados Unidos usam o termo "civilização" no singular, implicando "civilização Americana".
Este é o verdadeiro desafio para o qual todos nós, todas as nações do mundo e especialmente a russa, devem dar uma resposta adequada
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