domingo, 22 de junho de 2025

Irã, Israel, Rússia, USA - Alexander Dugin

 

Alguém, talvez, ache que a Terceira Guerra Mundial pode nos passar ao largo. Isso é o “síndrome dos Patricks”. Tudo o que acontece ao redor, não nos diz respeito.

Não se iludam. Já estamos no meio da Terceira Guerra Mundial. Os EUA realizaram um bombardeio contra nosso aliado, o Irã. E nada os deteve. Agora, nada os impede — nem a eles nem a outros — de realizar o mesmo ataque contra nós. Em algum momento, eles decidirão que não só o Irã, mas também a Rússia não pode ter armas nucleares. Ou decidirão qualquer outra coisa.


Estamos em guerra. Eles podem atacar se avançarmos. Mas também podem atacar se recuarmos. Podem atacar a qualquer momento, e onde bem entenderem. A Ucrânia, claro, não é Israel para o Ocidente, mas algo parecido. Israel também, até pouco tempo, não existia. Mas surgiu e se tornou um proxy do Ocidente coletivo (embora os próprios israelenses acreditem no contrário — que o Ocidente é um proxy de Israel).


A Ucrânia é o mesmo. E não é de se surpreender que Zelensky exija (não peça) apoio total do Ocidente e armas nucleares. O modelo de atuação é óbvio. O Ocidente é o “proxy da Ucrânia”.

Aliás, o regime de Kiev bombardeava o Donbass da mesma forma que Israel bombardeia Gaza. Só com menos recursos, e com a Rússia se comportando de forma mais resoluta na defesa dos seus, ao contrário dos países islâmicos.


Nossos apelos à ONU e nosso pacifismo agora são como emplastros em um cadáver. Se o Irã cair, nós seremos os próximos. Trump está completamente nas mãos dos neocons, como esteve em seu primeiro mandato. O projeto MAGA (Make America Great Again) está encerrado. Nada de grande América — apenas globalismo comum.


Musk explicou com antecedência tudo o que está acontecendo, dizendo que Trump se envolveu em atos indecentes na ilha de Epstein, e que essas gravações estão nas mãos do Mossad. E o próprio Musk saiu de cena a tempo.


Trump perdeu sua autonomia. Ele pensa que, bem, lançou um ataque como no caso do Soleimani, e que dá para voltar atrás. Mas não dá. Ele simplesmente iniciou a Terceira Guerra Mundial, e não tem capacidade de encerrá-la.


Agora, muito depende do Irã. Se o Irã resistir e continuar a lutar, tem chance de vencer. O Estreito de Ormuz está fechado. Os houthis bloquearam a navegação no Mar Vermelho. À medida que outros jogadores entrarem na guerra, a situação mudará dinamicamente. A China tentará se manter à parte — até que também seja atingida.


Se o Irã se render, perderá a si mesmo e colocará todos os outros em risco. Isso vale para todos.

A Rússia foi colocada diante de uma escolha mortal.


A questão não é mais se deve ou não lutar. A Rússia já está lutando. Em todos os lugares, menos entre os Patricks, isso já está claro. A questão é que lutar como antes já não é suficiente. Esse recurso se esgotou. Portanto, é necessário lutar de outro modo, de alguma outra forma

sábado, 7 de junho de 2025

A Evolução do Racismo Dentro do Fascismo

 

Diferentemente do que se pensa, o fascismo em suas origens não era racista.


Inicialmente, dentro do regime fascista, judeus e outras etnias presentes na Itália e nos limites do império eram respeitados pelo Estado italiano (com as limitações sociais da época), sendo que judeus tiveram importante influência dentro do fascismo e contribuíram para o seu desenvolvimento.


Entre essas contribuições, como exemplo, destacam-se os judeus que participaram da Marcha sobre Roma e da Primeira Guerra Civil Italiana (1919-1922), como Cesare Goldman, Bruno Mondolfo, Duilio Sinigaglia e Gino Bolaffi, que foram considerados "mártires fascistas-israelitas".


Outros exemplos incluem o banqueiro judeu Ettore Ovazza, o sindicalista revolucionário Angelo Oliviero Olivetti, o notório artista futurista Xanti Schawinsky (SI SI SI SI SI), o aviador fascista Aldo Finzi e o ministro do Exterior italiano Fulvio Suvich.


Nessa fase inicial do fascismo, Mussolini dava entrevistas contra a ideia de raça, debochava das ideias racialistas de seu futuro aliado e tentava construir um mito de romanidade multiétnica na Itália.


O colonialismo italiano, não muito diferente dos outros colonialismos europeus, era igualmente cruel e racista por essência, mas há algumas observações que devem ser feitas.


Mussolini tentou criar uma mística por trás da guerra para justificar a conquista e a anexação da Etiópia (com o apoio de forças internas descontentes com Haile Selassie, como Abba Jofir).


Ele procurava se projetar como libertador ou mesmo defensor do Islã.


O interessante nessa ocupação da Etiópia e da Líbia é que o governo fascista tentava incluir os povos desses países em seu projeto ideológico, o que explica as várias fotos de camisas-negras etíopes e líbios.


Já na administração econômica fascista, algumas cidades africanas registraram o único pico de industrialização de toda a sua história 


A política cultural fascista na África era igualmente "amistosa", com propaganda e canções voltadas à África que, de certa forma, incentivavam a miscigenação.


Nessa época, o projeto italiano era de império. Mussolini afirmava em 1935:


"Nós, fascistas, reconhecemos a existência de raças, suas diferenças e sua hierarquia. Mas isso não significa que nos apresentamos ao mundo como a encarnação da Raça Branca em uma guerra contra outras raças."

Essa afirmação está longe do projeto racista que ele tentaria aplicar futuramente e reflete apenas um preconceito comum entre os europeus da época.

Com a anexação da Etiópia e o crescente isolamento da Itália, Mussolini se volta para a Alemanha em 1936 e passa a ser influenciado por Hitler, até que, em 1938, lança o Manifesto da Raça, precursor das leis raciais

Dali em diante, Mussolini entra numa espécie de esquizofrenia, tentando copiar tudo o que seu aliado alemão fazia — prova empírica da síndrome de inferioridade que o atingia. O projeto de império, que outrora dominava a mentalidade italiana, foi substituído por um projeto assimilacionista do povo africano, além da promulgação de leis que proibiam a miscigenação em todo o império.

Apesar desses entraves, tais leis raciais eram, em parte, pura abstração. Mesmo após sua promulgação, vários judeus permaneceram na Itália, e o número de afro-italianos continuava a crescer nas colônias.


Já no início da guerra, muitos judeus fugiam das áreas ocupadas pelos alemães em direção à Itália, o que gerava protestos por parte dos alemães. Com o decorrer da guerra, a Itália tornou-se refúgio para judeus de outras regiões, até ser ocupada pela Alemanha em 1943. Dali até o fim da guerra, pouca coisa mudou.

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  A 'carta indígena' já foi astutamente empregada pelo Establishment colonial britânico no século passado para a conquista da 'I...