sábado, 5 de abril de 2025

A reencarnação para Julius Evola

 


Evola, ao contrário de Guénon, diz que as crenças reencarnacionistas, mesmo em suas manifestações mais grosseiras, existiram em diferentes graus também na antiguidade (no que se chama início da Kali-Yuga), e que, a inspiração teosófica veio dessas fontes mais exotéricas. Concorda com Guénon em que são doutrinas externas ou mais ou menos popularescas:

“[...] O teosofismo se jacta de ter chamado a atenção do Ocidente sobre este outro 'ensinamento da sabedoria antiga'. Na realidade, dada a limitação de horizontes dos homens modernos, para os quais a existência é o princípio e o fim de tudo, não vendo nada antes nem depois dela senão vagas ideias religiosas sobre além, que, para eles não significam nada de vital; suscitar o sentido de 'vir de longe', de ter vivido muitas outras vidas e muitas outras mortes e de ter a possibilidade de proceder ainda de um mundo ou de outro, além da queda deste corpo, seria certamente um mérito. O mal está em que, no teosofismo tudo se reduz a uma série monótona de existências do mesmo tipo, quer dizer, terrena, [1] separada por intervalos de corporeidade mais o menos atenuada." (R.M.E.C. cap. IV)


E em obra mais tardia diz:


“Podemos brevemente lembrar que o Oriente, desde longa data, tem conhecimento de teorias como a da reencarnação, ao passo que mais recentemente o Ocidente tem professado quase exclusivamente a crença na singularidade da vida individual. O fato, por si mesmo, não é uma causa, mas consequência ou índice barométrico da crescente involução que ocorre durante a idade obscura (Kali-Yuga) a que eu me refiro com frequência. Essas teorias orientais contém ainda um eco do estado primordial no qual a humanidade ancestral já viveu. Nesse estado, a sede do corpo sutil não estava totalmente obstruída, e a humanidade ainda tinha um sentimento da ‘consciência samsárica’ conectado a essa sede. Esse conhecimento foi perdido com o passar do tempo porque o corpo humano se tornou cada vez mais físico. Naturalmente, como eu já disse repetidas vezes, a crença na reencarnação é popularesca e de alguma forma supersticiosa uma vez que essa noção expõe uma série de encarnações terrestres de uma entidade única, e deveria ser rejeitada pois carece base sólida ou fundamentos tradicionais.” (Y.P. cap. X)


E ainda em outra obra:


"O que continuamente emerge em várias formas nas tradições antigas é o ensinamento de que no homem, além do corpo físico, há essencialmente três entidades ou princípios, cada um dotado de seu próprio caráter e destino. O primeiro princípio corresponde ao 'Eu' consciente típico do estado de vigília, que surgiu junto com o corpo e foi formado junto com seu desenvolvimento biológico; essa é a personalidade comum. O segundo princípio era chamado de 'demônio', 'manes', 'lar' ou mesmo 'duplo'. O terceiro e último princípio corresponde ao que procede da primeira entidade após a morte; para a maioria das pessoas , é a 'sombra'. Enquanto a pessoa pertencer à 'natureza', o fundamento último de um ser humano é o daemon ou 'demônio' (δαίμων em grego); nesse contexto o termo não tem a conotação má que lhe foi conferida pelo cristianismo. Quando um homem é considerado desde o ponto de vista naturalístico, o demônio poderia ser definido como uma força profunda que originalmente produziu a consciência na forma finita que é o corpo no qual ele vive durante sua residência no mundo visível. Essa força, no fim das contas, permanece 'por trás' do indivíduo, nas dimensões pré-conscientes e subconscientes, como o fundamento dos processos orgânicos e as relações sutis com o ambiente, com outros seres e com o passado e o futuro.  Essas relações normalmente escapam a qualquer percepção direta." (R.C.M.M cap.VIII)

Assim, essas doutrinas teriam emergido, por um lado, das cosmovisões de raças pré-arianas que se infiltraram lentamente nas civilizações de natureza mais solar [3], e por outro lado, pela diminuição do escopo da consciência da humana, o que ele entende como sintoma de 'doença espiritual'. Essa nova perspectiva de consciência, sob a qual inclusive nasceram as tradições como o budismo, por exemplo, exige o estabelecimento do homem no que se chama ‘consciência samsárica’.  Portanto, distinguir-se-iam distinguir três momentos de consciência ou de ‘luminosidade’ da percepção humana sobre a totalidade e que dão origem a diferentes doutrinas; uma fase inicial, representada pela consciência divina plena é a que está presente, por exemplo, nos samhitas védicos, uma segunda fase é anunciada pelos upanishades e pela doutrina budista, que ele chama de consciência samsárica, e por fim o estabelecimento concreto da visão da humanidade na vida e na individualidade terrestre, característica por exemplo das religiões como o Islam e o Cristianismo, que se dirigem meramente à salvação individual[4].


Nos hinos védicos, de fato, o que se registra é oposição pura entre mortalidade e a imortalidade, não havendo traços de qualquer doutrina de renascimento ou de 'karma' perfeitamente delineada. Evola observa que nessa fase não há traços tampouco do significado posterior que passou a ter Yama como sendo um deus da morte e dos infernos; ao invés disso, nesse período inicial, ele retém os contornos do seu equivalente indo-ariano, Yima, o deus sol da idade primordial. Yama é o primeiro dos mortais, uma vez que ele ‘encontrou primeiro a estrada para o além’; assim, o ‘outro mundo’ segundo os védicos, é, em grande medida, atrelado à pura reintegração ao estado primordial. 


Os ‘germes da decadência’ teriam surgido no período pós-védico, ou seja, por volta do século VI A.C. e já haviam se tornado bem estabelecidos e desenvolvidos no tempo do Buda. A reação a essa decadência resultou, por um lado, no surgimento do ‘demônio da especulação racional' sobre aquilo que deveria ter permanecido doutrina secreta (rahasya) dando origem à expressão upanishádica tal qual a conhecemos e, por outro lado, vemos nesse período as deidades védicas, que inicialmente tinham um apelo esotérico, de estados de consciência, serem transformadas em divindades de culto sentimental e popular, numa profusão de seitas e teorias, caindo muitas vezes em panteísmo [5]. 


Além disso, as supostas invasões não-arianas parecem ter contribuído de forma significativa para o estabelecimento mais firme da doutrina da reencarnação em suas formas ainda mais grosseiras, rompendo de forma brusca com a visão ‘olímpica’ dos arianos e substituindo-a por ajustamentos próprios de raças ‘telúricas e matriarcais’:

“A reencarnação, de fato, é concebível somente para aquele que se sente ‘filho da terra’, ou seja, quem não tem conhecimento de uma realidade que transcende à ordem naturalista, estando, portanto, preso à divindade feminina e maternal, encontrada tanto no mundo mediterrâneo pré-ariano como nas civilizações hindus pré-arianas como os dravidianos e os cossalianos. O indivíduo, quando morre, deve retornar para a fonte em cuja lapidação está seu ser efêmero, somente para surgir em verdades terrestres renovadas, num ciclo inescapável e interminável. Esse é o sentido último da teoria da reencarnação, teoria que começa a se infiltrar logo no período das especulações upanishádicas; isso gradualmente dá espaço a formas mistas que podemos usar como medida para a mudança na consciência ariana original à qual nos referimos.”  (D.D. cap. II)

A consciência samsárica


Evola diz diversas vezes que, de fato, a reencarnação é relativamente válida, especialmente para os homens dos dias de hoje que estão submersos na consciência samsárica:

“[...] em nossos dias, o princípio e o fim da existência de grande parte dos homens se esgota num modo de vida semelhante, e o caso da ‘libertação’ se apresenta cada vez mais como uma anomalia, de forma que é possível dizer que, para a humanidade do período atual, a reencarnação no sentido de uma reprodução terrestre perene tem uma certa margem de verdade” uma vez que “a reencarnação é uma ideia justa, se se refere somente a aquele ente irracional que, destruído o corpo, em seu desejo constante e insaciável de vida, passa a outros corpos, nunca elevando-se a um plano superior”. (R.M.E.C. cap. IV)

Ou seja, parece que, estando toda nossa humanidade dentro dos pontos cegos desses círculos de consciência inferiores, normalizados e solidificados tanto pelo obscurecimento cíclico como pelo predomínio da visão das raças telúricas, é só a partir da aceitação desse ponto de vista que é possível enxergar as coisas apropriadamente:

“Chegamos então ao que chamamos de consciência samsárica que é o fundamento da perspectiva de vida do budismo: o conhecimento secreto confiado em privado pelo sábio Yajñavalkya ao rei Artabhaga, é que depois da morte os elementos individuais do homem se dissolvem nos elementos cósmicos correspondentes, incluindo o Âtman, que retorna ao ‘éter’, e que o que permanece é somente o karma, isso é, a ação, a fumaça impessoal, atrelada à vida de um ser [...]” (D.D. cap. II)

Para a visão aristocrática adotada por Évola [6], a própria crença de que todas as 'almas' indiscriminadamente fossem imortais lhe parecia inaceitável como proposta de via ou perspectiva: a verdadeira imortalidade, dizia ele, era a participação na natureza olímpica de um deus, e não a mera 'sobrevivência'. O kshátriya aceita e coloca-se, portanto, dentro da visão samsárica (diferentemente do vedântico) e consegue visualizar os dois caminhos: um é o caminho dos deuses, também conhecido como caminho solar, ou caminho de Zeus, que leva à morada luminosa dos imortais, representada de maneiras diversas como altura, céu, ou uma ilha do Valhala nórdico ou a “Morada do Sol” dos incas, “reservado a reis, heróis e nobres”, o outro caminho é percorrido por aqueles que: 

“[...] não sobrevivem de maneira real, e que vagarosamente, contudo inexoravelmente são dissolvidos em suas castas originais, nos ‘totens’ que, diferentemente dos indivíduos, nunca morrem; essa é a vida do Hades, dos infernos, do Niflheim, das divindades ctônicas.”  (R.C.M.M. cap.VIII)

O totem ou a 'matriz ancestral reincarnante'


Essa noção de totem, o animal ou símbolo que rege geneticamente um clã, mereceria especial atenção de Evola em suas relações com o chamado 'duplo':

"Esse 'duplo' tem sido frequentemente associado ao ancestral primordial ou ao totem concebido como a alma e a vida unitária que gera uma casta, a família, um clã ou uma tribo, e portanto, tem um sentido mais amplo do que o oferecido por certas escolas de etnologia contemporâneas. Os indivíduos de um grupo aparecem como várias encarnações ou emanações desse demônio ou totem, que é o 'espírito' pulsando em seu sangue; eles vivem um no outro reciprocamente, ainda que ele as transcenda, assim como a matriz transcende as formas particulares que produz a partir de sua própria substância. Na tradição o demônio corresponde ao princípio interno do homem chamado linga-sharîra. A palavra 'linga' contém a ideia de um poder gerador; daí, a possível derivação de 'genius' a partir de 'genere', que significa agir no sentido de procriar e a crença romana e grega de que o 'genius' ou demônio é a mesma força procriativa sem a qual a família se extinguiria. É também muito significante que os totens tem sido frequentemente associados com as 'almas' de espécies animais escolhidas, e que especialmente a cobra, um animal especialmente telúrico, tem sido associada no mundo clássico com a ideia de demônio ou gênio. Essas duas situações dão testemunha do fato de que em sua natureza imediata essa força é essencialmente sub-pessoal, e pertence à natureza e ao mundo infernal. Assim, de acordo com o simbolismo da tradição romana, a sede dos 'lares' é no subsolo; estão sob os cuidados do princípio feminino, Mania, que é a 'Mater Larum' [7]." (R.C.M.M., Cap. VIII) 

A origem do samksaras ou 'impressões ancestrais'

“Qual é, então, a origem dos samskaras? [8] Essa é uma questão complexa, e só podemos responde-la recorrendo à doutrina das ‘heranças múltiplas’. Entre várias crenças populares do hinduísmo, encontramos uma explicação baseada na ideia de reencarnação, que deveria ser aceita com a devida cautela. Dizem que os samksaras, que são os elementos constituintes do ser finito dotado de corpo, mente, tendências habituais e experiência são efeitos e consequência de existências prévias, que por sua vez são determinadas pelo karma. Isso, na verdade, não resolve o problema, mas simplesmente o reformula em termos diferentes. Se para poder explicar os samskaras que estão em funcionamento na existência presente nós temos que nos remeter às atividades realizadas em existências anteriores, o problema só aumenta. Para explicar por que essas atividades ocorreram, teríamos que regredir mais ainda, para uma existência anterior e assim por diante, ad infinitum. Meu argumento é que, no fim das contas, a série deve ser interrompida e ser explicada em termos de um ato original de auto-determinação. Qual é a natureza dessa ato? Essa é uma questão aberta. A resposta não pode ser localizada no tempo e no espaço, uma vez que nessas categorias, não há continuidade entre as várias manifestações de uma consciência única, ou entre múltiplas existências como sustenta o mito reencarnacionista. A continuidade deve ser encontrada somente no plano sutil, vital (prânico) e no poder da vida, que não é nem dependente de um único corpo e nem exaurida nele. (Y.P. cap. IV)

O indivíduo individuante 


Na sua exposição sobre a doutrina tantrista dos tattvas [9], Evola, encontra no nível do 'buddhi', que corresponderia ao 'nous' ou 'intelecto', a intersecção entre o indivíduo samsárico e a causalidade supra-individual:

“[Buddhi é] o princípio de toda individuação que é livre de toda forma particular de existência condicionada. Nesse nível a consciência individual aparece como uma reflexão samsárica de uma consciência superior. É por isso que o samkhya considerava o buddhi como a intersecção dos elementos do purusha e prakriti. A função desse tattva consiste em agir como um princípio intermediário entre as dimensões individual e supraindividual. Uma vez que o buddhi se situa num plano superior ao da individuação, a continuidade entre as formas e os estados individuais pode, portanto, ser estabelecida [10]. Essa continuidade, contudo, não pode ser vista desde uma perspectiva daqueles que se identificam com esses estados e que estão sendo varridos pela corrente. O fato de que essa continuidade não possa ser vista pode até mesmo se referir, em certo nível, a várias manifestações do Eu assumindo a forma de vidas não relacionadas. Não esqueçamos que a crença em uma sequência de existências é um princípio cardeal da crença popular da reencarnação. No que diz respeito à consciência individual, que é limitada a apenas uma vida, o ‘buddhi’ é também chamado de ‘mahat’, o ‘grande princípio’. No nível da psicologia individual, cada decisão, deliberação, e determinação e determinada por ele. O buddhi age até mesmo nos aspectos volicionais e decisivos da vida interna.” (Y.P. cap. IV) 


E ainda:

"Num grau superior, ela [a continuação entre as existências] existe no nível do buddhi-tattva, o ‘indivíduo-individuante’, cuja natureza consiste na formatação da realidade. Deve-se pensar que no nível mais alto dos tattvas impuros, ocorre uma inferência nos seguintes termos: a auto-determinação pura, que é uma ‘fatia’ de planos superiores, procede da esfera dos tattvas puros e a partir do corpo causal, que então se traduz no ato do ‘buddhi’. Não há explicação para essa determinação, uma vez que ela ocorre no domínio onde a suprema razão para atuação reside no ato mesmo, onde as causas não são determinadas por outras causas , e onde as formas são manifestadas como estágios do que é chamado de ação da ‘Shakti’ ou Lîlâ. Nesses planos superiores de existência (prajña) não há causa antecedente e nem mesmo samksaras. Os samksaras acabam por serem apanhados num estágio posterior, como resultado de uma eleição, coalescência, e apropriação que se segue à imersão na correntes samsárica. Essa corrente inclui as formas pré-determinadas e vários heranças (sejam biológicas ou prânicas), que se referem a elementos anteriores, sejam conectados ou não. Nesse sentido, os samskaras realmente existem no corpo sutil no qual o corpo causal se manifesta. Eles são também responsáveis para oferecer uma direção tanto para a ação seletiva do manas, através de seus órgãos, como para a vida à qual dá suporte, nutre e modela a forma física. De alguma forma, as antigas noções de ‘demônio’ e ‘gênio’ podem ser reduzidas ao corpo de vida informado por um grupo especial de samksaras, que, através do buddhi, dá vida à imagem samsárica do Shiva imóvel. Portanto, os samskaras não deveriam ser confundidos com o núcleo real da personalidade, que a partir do nível de buddhi para cima está fora das condições para as quais as existências prévias ocorreram. Isso contribui para a desmitologizar a crença popular na reencarnação, que não é parte de ensinamentos esotéricos, independentemente do alguns pensem.” (Y.P. cap. IV) 

Por fim:

“Uma continuidade real é concebida somente no nível dos corpos causal e sutil, uma vez que esses assentos são superiores a toda individuação e produção e não estão limitados a apenas uma vida. No nível do corpo sutil o que emerge é a ‘consciência samsárica’, ou melhor a consciência de ser levado por uma corrente na qual uma existência particular representa um vórtex particular .

No nível do corpo causal, a consciência se estende verticalmente aos estados múltiplos do ser, até o ponto onde não há mudança ou vir-a-ser.  (Y.P. cap. X)

A via heroica e o arbítrio sobre a outra vida


O verdadeiro ‘livre-arbítrio’ ou ao menos o exercício dessa faculdade, parece ser próprio do ‘vira’ ou ‘heroi’. Somente a esse cabia realmente a sobrevivência após a morte:

“[...] Somente o tantrismo formulou uma 'ciência da morte' realmente e enfatizou a noção de 'liberdade de escolha' em relação ao nosso destino no outro mundo. Entretanto, esse princípio não se aplica à vasta maioria das pessoas, para quem a morte representa uma profunda crise. A mudança de estado correspondente a essa crise é experimentada pelas pessoas como algum tipo de desmaio ou então como se fossem atingidas de forma que ficassem inconscientes, de acordo com conexões quase mecânicas das causas e efeitos do karma (tudo o que se faz durante a existência terrestre tem repercussões de grande escopo). Essa conexão vai determinar a nova existência condicionada, completamente desvinculada das existências prévias, uma vez que não há uma continuidade de consciência realmente pessoal entre todas elas ('como uma chama acende outra chama')." (Y.P ap. I)

E também:

"[...] um dos possíveis significados do termo 'pashu' (animal), que se  refere ao ser humano condicionado normal -- é 'vítima sacrificial', um animal prestes a ser sacrificado. Isso nos traz novamente ao conceito de pitriyâna, que é um dos dois caminhos para o próximo mundo, considerada nas tradições hindus. Nesse caminho, que a maioria das pessoas são forçadas a atravessar [11]a morte liberta a personalidade para as forças ancestrais do clã de origem, da mesma forma que um animal é sacrificado aos deuses e se torna alimento para outras vidas. Portanto, a única coisa que continua a viver é o processo kármico mencionado.” (Y.P. ap. I)

Portanto

para Evola, a reencarnação é relativamente aceitável, ainda que se remeta sempre a um estado de consciência ou de percepção da totalidade característica da Kali-Yuga, que Evola chama de 'consciência samsárica'. Essas doutrinas existiram desde a antiguidade, e os movimentos modernos como teosofismo e kardecismo apenas teriam acrescentado notas sentimentais apropriadas à mentalidade moderna.  O aristocrata busca estabelecer-se dentro das vias disponíveis na consciência samsárica, particularmente representadas pelas doutrinas budistas, de que não há um 'eu transmigratório'.

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