Insulta agora daqui os deuses, Prometeu. Rouba-lhes as honras divinas para dá-las aos que não viverão mais que um dia! Poderão, por acaso, os mortais minorar teu suplicio? Em vão te deram os deuses o nome de Prometeu. Tu, sim, precisas de um Prometeu que te liberte!
A Prometeu, cujo nome significa "aquele que prevé" vocação que bem poderá ser a de Getúlio Vargas - o coro das ninfas do mar pergunta qual foi o seu crime. Ele responde que resistiu com êxito aos designios de Júpiter, de exterminar a espécie humana, para criar em seu lugar uma nova raça.
O coro - Mas nada mais fizeste além disso?
Prometeu - Graças a mim, os homens não mais desejam a morte.
O coro - Que remédio lhes deste contra o desespero?
Prometeu - Uma esperança infinita no futuro.
A esperança que Prometeu deu aos homens vem do fogo que ele roubara do Olimpo, para entregá-lo aos homens. Com o fogo que Júpiter lhes subtraira e que Prometeu devolve, os homens poderão ter esperança infinita no futuro, porque seu destino já não dependerá do capricho desses deuses (que eles ainda não sabem serem apenas criações inconscientes de sua própria cabeça). Com o fogo, os homens criarão civilizações e desde logo deixam de ser figurantes, tornam-se protagonistas de seu destino e construtores de seu futuro.
